segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

II Forum Nacional Mídia Livre

Neste último final de semana aconteceu em Vitória-ES o segundo Fórum Mídia Livre (FML). O encontro teve como objetivo juntar em um mesmo espaço todos os pontos de mídia livre do país, pensadores e articulaores desta nova perspectiva de comunicação massiva e, em uma programação paralela, realizar o Festival de Música Livre, que contou com shows de quinta a sábado, e duas mesas intituladas "A Invensão do Pop-star" (sexta-feira) e "A Morte do Pop-star" (sábado).

O Festival contou com a apresentação do nosso Macaco Bong na noite de sexta-feira, que segue sua tour pelo Brasil realizando praticamente um show por dia nesta reta final do ano. E nas mesas, o FDE também marcou presença com Pablo Capilé no sábado, onde ele pode apresentar os métodos que o circuito vem utilizando para reiventar o músico autoral brasileiro, chassinando o conseito de pop-star.

Já o FML contou com atividades de sexta a domingo, mesas de debates, foruns, GTs e ofinicas que abordaram temas desde políticas públicas para cultura até a Confecom e o debate do não diploma para jornalistas.

Confesso que comecei a participação do CFE bastante preocupado. Muito debate, muita reflexão e pouca propositividade. Tudo caminhava para a participação em mais um evento de cartas marcadas. Alguns poucos se demonstravam conhecidos de longa data e conduziam um debate aparentemente já começdo em outros espaços, e quem não estivesse em listas nacionais ou no primeiro encontro ficaria impossibilitado de compreensões mais profundos. Mas A partir do segundo dia, onde os GTs deram espaço para a mesa "Juntando as Pontas dos Pontos de Mídia Livre", eu pude me sentir mais em casa. Reflexões reais acerca do midialivrismo, propositividades nas novas relações de trocas de trabalho entre os pontos, favorecimento à articulação das novas mídias em uma rede nacional... assuntos que caem como uma luva naquilo que o circuito traz como princípio básico de atuação.

Confesso que mesmo com todos estes pontos positivos não posso trazer novidades muito profundas. O encontro serviu para uma troca de experiências, uma compreensão maior do que acredita-se ser o caminho de utilização dos novos veículos e, principalmente, para compreender que no Ciruito Fora do Eixo esta no caminho mais do que certo.

Somos mídia livre, somos uma rede, somos artistas e comunicadores. Sabemos dialogar com o investimento federal, estadual ou municipal sem deixar de lado nossos preceitos.

Acreditamos nos novos agentes, mas não deixamos de lados experiências fecundas já realizadas no mundo inteiro. Repensamos os moldes da economia (e optamos pelo modelo solidário o que também saiu como diretriz do Fórum), executamos trocas de serviços entre os pontos. Nunca perguntamos pelo diploma de um agente da rede e matamos o pop-star ha um bom tempo. Tudo isso leva a crer que o nosso trabalho agora é continuar fazendo o que fazemos, pois lá na frente vamos encontrar muita gente interessante que pensa e age de forma semelhante à nossa rede. Avante Ciruito Fora do Eixo, pois outros ciruitos estão surgindo para diolgar conosco.

Ponto negativo 01: A banda Carioca "Os Ouros + Quinho" agiu muito mal quando chamou os seguranças para expusar os garotos que haviam subido ao palco. Uma coisa é pedir para retirar do palco, outra é agredir verbalmente, incitar a violência e apoiar a truculência dos seguranças, que quebraram os dedos do garoto e espancaram seus amigos como eu nunca havia visto antes. Jogador de futebol (que é tido por muitos como burros e truculentos) quando torcedor invade o campo abraça o camarada e pede para os policiais não agredirem. O músico, com microfone na mão, vai falar "pediu pra apanhar, merece mesmo?". Lamentar é pouco, e devemos fazer mais do que isso perante a postura destes pseudo-artistas.

Ponto Negativo 02: Contratar uma empresa para produzir o Fórum foi o maior erro de logistica que poeria acontecer no evento. Todos os pontos tiveram suas passages emitidas muito em cima da hora (a minha saiu a meia noite, meu vôo era às 8h15 em outra cidade. Se não tivesse carro próprio...). Muitos não conseguiram chgar em Vitória, os monitores estavam pra lá de mal informados ("Meu setor é traslado, não sei sobre isso...") e os debates do festival de música deviam acontecer de forma integrada aos de Mídia Livre. Houve momentos em que duas salas, com 25 pessoas em cada, debatiam o mesmo assunto. Esvaziou um debate que poderia sem muito mais rico.

Nenhum comentário: